Religião Ritualística

Em todos os países do mundo existem pessoas religiosas e todas as religiões têm ensinos éticos atraentes. As principais religiões do mundo têm filosofias, que, se seguidas, farão as pessoas se tornarem verdadeiras. Porém, nem sempre a religião, com os seus rituais, conduz as pessoas à Deus.
Para pensarmos na questão do ritualismo tomaremos por base um texto da Bíblia, traduzido do Latim pelo Padre Matos Soares, edição de 1979, publicado pela edições Paulinas, o qual se encontra em Aos Gálatas, capítulo quatro e versículos oito à dez, que diz o seguinte:
“Mas então, realmente, não conhecendo a Deus, servíeis aqueles que por natureza não são deuses. Porém, agora, tendo vós conhecido a Deus, ou antes, sendo conhecidos de Deus, como voltais novamente aos primeiros elementos fracos e pobres da lei, aos quais quereis de novo servir? Observais dias, os meses, os tempos e os anos!”
Os gálatas eram os habitantes da região da Galácia Central, composta pelas cidades de Perge, região da Panfilia; Antioquia da Pisídia (At 13.13-14); Icônio (At 13. 51); Listra e Derbe, região da Licaônica (At 14. 5-7). Estas cidades, que ficavam entre o Mar Mediterrâneo e o Mar Negro, foram evangelizadas por Paulo e Barnabé durante a primeira viagem missionária. Atualmente este território pertence à Turquia.
Antes de serem evangelizados por Paulo e Barnabé, os gálatas viviam na idolatria, eram politeístas e adoravam as divindades gregas. Todas as crenças que a Bíblia chama de gentílicas eram ritualísticas, pois, tinham seus dias de festas, holocaustos e seus altares (At 17. 16 22,23).
Os Judeus, apesar de serem monoteístas, também eram ritualistas, uma vez que observavam “dias, meses, tempos e anos” (Gl 4. 10). Quem teve o privilégio de ler o livro de Levítico, pôde observar uma série de formas de sacrifícios e holocaustos.
Contudo, todos os sacrifícios e holocaustos do Antigo Testamento apontam para o sacrifício de Cristo na Cruz do Calvário, o novo pacto que Deus fez com os humanos (Jo 1.29). Na epístola Aos Hebreus, no capítulo nove e versículos treze a quinze, somos esclarecidos que Cristo substituiu todos os rituais:
“Com efeito, se o sangue dos bodes e dos touros, e a cinza de uma novilha aspergindo os impuros, os santifica quanto à pureza da carne, quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito Santo se ofereceu a si mesmo sem mácula a Deus, purificará a nossa consciência das obras da morte para servir ao Deus vivo? Por isso ele é mediador do novo testamento, a fim de que, intervindo a sua morte para o perdão daquelas desobediências que havia sobre o primeiro testamento, os chamados recebam a herança eterna que lhes foi prometido”.
Estudando o contexto imediato, remoto e histórico da Epístola Aos Gálatas, da qual extraímos o texto básico da nossa meditação, aprendemos que estes cristãos receberam visitas de pregadores que diziam que se fazia necessário o acréscimo à fé cristã dos ritos da lei mosaica, que eram observados pelo povo judeu, e os gálatas estavam aceitando estas adições à sua crença. Porém, Paulo as caracterizou como idolatria (leia novamente a citação do segundo parágrafo). Apesar destes pregadores não estarem conduzindo os gálatas de volta às religiões pagãs politeístas, mas aos ritos do Judaísmo, que era monoteísta; mesmo assim, praticar ritos dentro do cristianismo, para Paulo, não passava de idolatria. Assim sendo, acrescentar ritos judaicos ao cristianismo era voltar às práticas antigas.
A adoração dos cristãos deve ser em “espírito e em verdade” (Jo 4.23). Porque “Deus é espírito” (Jo 4.24). Infelizmente, na atualidade, fazem-se argumentações com base em textos do antigo testamento para justificar a idolatria como, por exemplo, a construção do tabernáculo e a serpente feita por Moisés (Ex 25 – 31; Nm 21, 7-9; 2Reis 18, 1 – 5). Entretanto, se até os rituais dantes praticados são considerados idolatria no Novo Testamento, quanto mais gravuras e estátuas? Veja em Apocalipse 22.15 o que está aguardando os idólatras: “Ficam fora os cães, os feiticeiros, os impudicos, os homicidas, os idólatras e todos que amam e praticam a mentira”.
Agora que você sabe que Deus não está interessado em ritos, mas na adoração direta e sincera, creia em Cristo e o adore em espírito e em verdade.